Saturday, June 5, 2010



Faz muito tempo que eu estava querendo fazer um Blog para compartilhar o que Deus tem feito em minha vida. Agora o que eu nunca imaginei que o meu primeiro post seria sobre a perda da minha irmã, amiga, companheira de ministério, ou melhor minha "Mana" como costumava nos chamar.

Hoje dia 05/06/2010, esta sendo o meu primeiro dia na realidade sem a Ale. Só restam lembranças e memórias que ficaram para serem contados.

O quê eu posso falar dela para aquelas pessoas que não a conheceram de perto?
Bom ela entrou na minha vida em 1999, lembro-me que nos conhecemos quando a nossa igreja estava começando, éramos em poucos membros no máximo umas 20 pessoas. Eu tinha ido em um congresso de mulheres de oração nos Estados Unidos.
Quando eu cheguei o Pastor Miguel deu me a oportunidade de compartilhar sobre o congresso. Nesta época eu era líder da intercessão. Neste mesmo dia após o culto a Ale veio aonde eu estava sentada e me abraçou chorando e disse que Deus tinha falado muito com ela através dos testemunhos que eu havia compartilhado e assim que nasceu uma grande amizade. Descobrimos que morávamos no mesmo residencial, trocamos telefones e eu a chamei para ir em casa. Desde então ela entrou pela porta da frente da minha casa, ela também entrou pela porta do meu coração. E assim ela tomou o lugar de amiga e companheira de ministério.

Descobrimos que fazíamos aniversário no mesmo dia, então nos adotamos como irmãs, dizíamos que éramos gêmeas pois tínhamos nascido no mesmo dia. Foi assim que ela se tornou parte da minha vida como irmã. Com essa adoção, ela se tornou participante não só da minha vida mas como a da minha família como se fosse irmã de verdade, tia genuína das minhas filhas.

Nosso primeiro aniversário juntas o Pastor Miguel resolveu fazer um jantar na minha casa, foi quando ele mostrou seus dotes culinários; ele fez osso buco .Mas aconteceu um detalhe, vieram tantas pessoas que foram sem serem convidadas, que nós duas ficamos sem comer o bendito "osso buco" do pastor. De tanto sucesso esse janta ai foi a grande revelação dos dotes culinários do Pastor Miguel.

Desde então, todos os anos comemorávamos nossos aniversário sempre juntas; como também natais, páscoas... em fim, todas as comemorações que haviam com meus familiares ela passou a fazer parte. Assim também, ela dividiu seus pais comigo, então dessa grande amizade nasceu uma grande família do coração. Com isso minha filhas ganharam avós que não tinham mais da minha parte. Essa historia continuou crescendo em amor e companheirismo.

O tempo foi passando a nossa amizade crescia de verdade, compartilhávamos as lutas e as vitórias. Vivemos juntas a vitória da conversão dos seus pais, da Cami e depois da Roberta. Vivemos também não só momentos de alegrias mas também momentos de choro, como a partida do Paulo Afonso, seu pai. Ela viveu os meus momentos difíceis também.

Quando foi para eu vir embora para os Estado Unidos, foi a parte mais difícil de deixar tudo, a igreja e os familiares. Mais ela veio junto comigo quando viemos de mudança e isso para mim foi um conforto. Mesmo com a distancia, a nossa comunhão não foi abalada e ela continuou a fazer parte da minha família.

Um dos momentos felizes que compartilharmos juntas foi em 2007 quando ela, como tia, veio para comprar seu vestido de madrinha para o casamento da Rebeca e também para a ultima prova do vestido de noiva da Re. Ela participou integralmente desse momento especial em nossas vidas. E também participou das nossas lutas e aflições.

E agora Deus? Hoje ela não esta mais conosco, o Senhor a recolheu, não parece verdade , a dor da perda e muito grande. Esperávamos a cura vir por um milagre que ela sonhava e nós em concordância também.

E eu não estava lá na hora da partida. Eu esperava vê-la na minha volta para o Brasil, mas não aconteceu. Como lidar com essa dor, Deus?

Pela manhã comecei a falar com Deus sobre a minha dor, porque estou longe da família, gostaria muito de estar perto para chorarmos juntos, mas não estou. Então resolvi escrever, eu queria que Deus trouxesse respostas, consolo, mas o silêncio aqui falava mais alto.

Todas as manhãs tem um cardial que vem no meu quintal cantar, o cântico dele leva-me agradecer a Deus todas as manhãs, mas nesta manhã eu procurava consolo, abri a porta do meu quintal para ouvir o cardial mais ele não chegou.

Então eu comecei a escrever e a falar com Deus e o cardial chegou, atrasado, mas chegou. E enquanto ele cantava eu comecei a escrever o que poderia tirar de ensino para a minha vida com essa situação que estávamos passando.

Primeiro, o que eu tenho feito com a vida que Deus tem me dado? Segundo, tenho vivido de maneira sábia?. Quais as decisões que tenho tomado para que as promessas de Deus se cumpram em minha vida?

" Não desampares a sabedoria e ela te guardara; ama, e ela te protegera.” (Provérbios 4:6).

Neste momento para mim, na dor da perda de uma pessoa tão especial, de coração puro e de fé como de uma criança, uma fé genuína que esperava cura, esperava o milagre, fazia planos, tinha sonhos, tinha promessas para serem cumpridas na vida dela. E ai Deus? Como entender esta dor? Como receber do Teu Espírito o consolo?

Com todas estas perguntas, veio no meu coração o reconhecimento dos medos que se tornam gigantes no meu interior. Medos que eu tenho que reconhecê-los e enfrentá-los. Deus vai me fortalecer nas situações difíceis que eu tenha que passar.

Qual e a minha escolha?
Lembrei-me de Rute; no meio do luto ela teve uma escolha, ela teve um atitude de fé. Ela enfrentou o luto com sabedoria.E Deus mandou o resgatador e mudou a sua historia.
Então me resta pedir a Deus sabedoria para fazer as escolhas certas e tomar decisões corretas e força para eu enfrentar os gigantes.

"Porque o Senhor será a tua esperança e guardarás os teus pés de serem presos" (Provérbios 3:26).

Fiquei pensando na chegada da Ale no céu, pensei que ela iria encontrar com o Senhor e do jeito que ela era curiosa quantas perguntas ela iria fazer.
Hoje restou-me as lembranças que ficaram, lembranças de momentos especiais que tem que ser contatos. Ha um verso que diz :" Há amigos mais chegados que irmãos". A Ale foi esta amiga que se tornou uma irmã.